"Você voltou. Mas já partiu.
Foi embora há poucos meses, dois talvez, e a pressa com que você seguiu com sua vida, infelizmente, não apareceu para mim. De forma alguma eu o julgo por isso, mas é certo que invejo a sua rápida adaptação com as realidades que lhe são impostas. Contudo, eu não possuo tal característica, não quando você está envolvido.
Eu sinto falta de cada momento que passamos juntos, queria continuar vivendo, na verdade. Palavras, cheiro, beijos, toques, nenhum deles me inebriam como os seus tinham a capacidade de fazer. Dói saber que não foi para você como para mim. Afinal, você já guardou nossa 'história' em seu passado, já eu... Ah, eu ainda a vivo, e como. Você deve pensar em quem realmente lhe marcou, eu cogito falar com você a todo momento.
Lembro que estávamos esperando o elevador descer até a garagem e conversando, quando você me questionou: "você não acha que sentirei a sua falta?". Eu lhe disse que não queria conversar sobre aquilo. Sei que você pressupôs que minha resposta era positiva, era evidente. É evidente. Eu realmente não achava e você prova todos os dias o quanto estava certa ao achar aquilo.
Era eu a viver uma 'história de amor' ali. Você provavelmente enxergava como uma forma de relaxamento, no máximo, bons momentos após dias cansativos de trabalho. Mas mesmo reconhecendo essa grande probabilidade, eu lembro o bem enorme que você me fazia e não me arrependo de forma alguma do que vivi. Sinto falta de tudo aquilo. Incrível como, até hoje, quando traço alguns dos caminhos que normalmente fazíamos juntos, uma nostalgia me abraça e chega a me sufocar. Queria ter tido tempo suficiente para poder dizer lhe amava... Eu simplesmente sinto isso. Ainda.
Acabo de me lembrar de um trecho de minhas músicas favoritas. "Perdoe-me, primeiro amor, mas é verdade, eu preciso provar o beijo de alguém novo. Perdoe-me, primeiro amor, mas eu estou cansada". A canalhice virou meu novo lema, mas não há novidade que me faça guardar os momentos históricos da minha vida propiciados por você, primeiro amor. Posso até estar cansada de pensar em você a todo instante, mas estar com você, mesmo que seja apenas em pensamento, parece que se tornou uma parte de mim. Parece que você se foi, mas deixou um tanto de si em mim. Um tanto bom, um tanto gostoso, um tanto inesquecível. Mas será insuperável? Droga, não pode ser.
Anônimo."
12ª Carta